quarta-feira, 26 de março de 2014

ESTUDO DE CASO III - Terminal intermodal de Coimbra

TERMINAL INTERMODAL DE COIMBRA



         O projeto da Estação Intermodal em Coimbra foi desenvolvido para o Seminário Internacional de Projetos Inserções, organizado pelo Centro de Estudos de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, em 2003, onde o escritório MMBB Arquitetos participou.

Com capacidade de transporte de em torno de 3.000 passageiros por sentido, por hora, em composições de 35 metros de comprimento, o projeto da estação intermodal em Coimbra foi desenvolvido para o trecho onde, na principal entrada da cidade, conforme já descrito, um conjunto de infraestruturas existentes dedicadas ao transporte metropolitano e intermunicipal, mal dimensionadas e mal implantadas em anos recentes, separa a cidade de Coimbra da mata do Choupal, um parque tradicional. Pareceu acertado que o projeto resultasse de uma visão territorial, numa escala em que, sobretudo, uma nova implantação das infraestruturas envolvidas enfrentasse os problemas existentes. As principais vias de tráfego rodoviário existentes na cidade também seguem esta lógica e ocupam preferencialmente os vales dos afluentes do rio principal.

O edifício deveria abrigar e articular todos os modos de transporte em um único recinto, organizado por uma disposição espacial que reservasse distintos níveis para cada um dos sistemas. Uma estação ponte sobre o Mondego, referência horizontal de 420m na paisagem.

• um elevado viário e suas alças para a ligação com o centro histórico das estradas que vão ao Porto e a Lisboa, assim como das principais vias do norte da região metropolitana de Coimbra, e que contribui para a falta de conexão da cidade com a mata do Choupal; sob o elevado, no trecho sobre o Rio Mondego, há uma barragem que represa o rio na sua parte urbana;

• a linha ferroviária intermunicipal que liga o norte ao sul de Portugal e que, como o elevado, contribui para isolar a mata do Choupal da cidade;

• a estação ferroviária intermunicipal de Coimbra (Coimbra B), já no início da periferia da cidade, que constitui uma interrupção da malha urbana, aumentando a falta de conexão dos novos bairros ali desenvolvidos entre si e com a cidade, assim como com a mata do Choupal;

• estacionamentos sob o elevado, de veículos de pessoas que moram na região metropolitana de Coimbra e trabalham na cidade histórica e que contribuem para que as áreas destes viadutos tenham menos usos urbanos;

• estação de ônibus intermunicipal e metropolitana.

          Essas infraestruturas apresentam uma escala pouco compatível com a escala da Coimbra antiga e, com a instalação do novo sistema do metrô leve, há um plano da cidade de reorganizar todos os modos de transporte em uma nova estação intermodal, que ainda será projetada. 

          Vista panorâmica de Coimbra e do Rio Mondego represado até a barragem existente sob o elevado da via expressa metropolitana, ao fundo a esquerda, que separa a cidade da mata do Choupal, depois deste.

Vista da área: o elevado da via expressa metropolitana, sob o qual está a barragem que represa o Rio Mondego no seu trecho urbano; e o início do Choupal, nas margens do Mondego a jusante da barragem.


Uma estação intermodal é um nó de articulação de diversos meios de transporte, velocidades e escalas, local de coordenação de viagens provenientes tanto de áreas adjacentes quanto distantes. A companhia do metrô leve utilizará as margens do Mondego, planas e contínuas, para a implantação da linha, revalorizando os antigos trilhos existentes. Nesta organização, o desenvolvimento da cidade condicionou-se à configuração da bacia hidrográfica.

A compreensão dos rios e de Coimbra como uma unidade territorial indissociável de uma geografia construída destaca o Rio Mondego como a principal estrutura da cidade, da sua urbanização passada e potencialmente do seu desenvolvimento futuro.

Assim, a margem esquerda, a oeste, apresenta-se como uma área privilegiada para a expansão urbana e alternativa à atual expansão suburbana extensiva. Sua proximidade em relação ao tecido histórico e sua qualidade ambiental, em função do contato com o rio, tornam suas áreas pouco ocupadas atraentes para a uma urbanização mais densa.

Desse modo, a implantação da futura estação intermodal, como estrutura que valoriza o território, deveria ser pautada pela promoção de transformações que equivalessem as duas margens, na justa medida.

A travessia sobre o rio implica a passagem do trem em cota aérea. Assim, foi adotada a elevação da linha ferroviária em todo o seu trecho urbano, associada ao elevado viário, livrando as cotas baixas para a passagem dos demais sistemas de transporte de abrangência urbana e permitindo a extensão do tecido da cidade até a mata do Choupal. A estação existente seria desativada, dando lugar a uma nova urbanização.

Para minimizar o impacto do elevado viário foi proposto o redimensionamento de seus viadutos, substituindo alças por um sistema de praças rotatórias de ligação das vias expressas com as vias urbanas arteriais, junto a cada cabeça da nova estação. O novo elevado dos trilhos foi desenhado como duas estruturas separadas para cada uma das vias, a fim de que sua sombra fosse diluída. Suas vigas foram invertidas nas laterais para que estas aumentassem a altura livre abaixo e para constituírem barreiras acústicas frente ao barulho dos truques dos trens. Sua cobertura é em estrutura metálica e uma “casca” de policarbonato permitindo iluminação natural durante todo o dia.

          Sob os dois elevados associados, alinhados num só conjunto, foi proposto o desenvolvimento de um jardim, à semelhança do tratamento já dado à parte dos baixios do elevado viário. Um espaço público livre claramente configurado e separado do espaço construído por duas avenidas do sistema arterial urbano.



Programa

Setor comercial contém lojas variadas no estacionamento e um cais com lojas e bares á beira do Rio Mondego.

 O setor de serviços tem estacionamento, um mezanino onde funciona a sala de operações dos trens, sala de administração, um centro de convenções ligado a Universidade de Coimbrae um grande passeio público.

O setor de transporte conta com plataformas, metrô leve, trens intermunicipais, ônibus intermunicipais e vias locais que se ligam ao terminal por um elevado


Implantação







Plantas com Áreas Servidas e Serventes






Circulação - Fluxos






Identificação de Principais Pontos e Estruturas







Maquete Física






Maquete Eletrônica










FONTE
http://www.mmbb.com.br/projects/details/16/4


Nenhum comentário:

Postar um comentário