TERMINAL INTERMODAL DE COIMBRA
O projeto da Estação Intermodal em Coimbra foi desenvolvido para o Seminário Internacional de Projetos Inserções, organizado pelo Centro de Estudos de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, em 2003, onde o escritório MMBB Arquitetos participou.
Com
capacidade de transporte de em torno de 3.000 passageiros por sentido, por
hora, em composições de 35 metros de comprimento, o projeto da estação
intermodal em Coimbra foi desenvolvido para o trecho onde, na principal entrada
da cidade, conforme já descrito, um conjunto de infraestruturas existentes
dedicadas ao transporte metropolitano e intermunicipal, mal dimensionadas e mal
implantadas em anos recentes, separa a cidade de Coimbra da mata do Choupal, um
parque tradicional. Pareceu acertado que o projeto resultasse de uma visão
territorial, numa escala em que, sobretudo, uma nova implantação das
infraestruturas envolvidas enfrentasse os problemas existentes. As principais
vias de tráfego rodoviário existentes na cidade também seguem esta lógica e
ocupam preferencialmente os vales dos afluentes do rio principal.
O
edifício deveria abrigar e articular todos os modos de transporte em um único
recinto, organizado por uma disposição espacial que reservasse distintos níveis
para cada um dos sistemas. Uma estação ponte sobre o Mondego, referência
horizontal de 420m na paisagem.
• um elevado viário e suas
alças para a ligação com o centro histórico das estradas que vão ao Porto e a
Lisboa, assim como das principais vias do norte da região metropolitana de
Coimbra, e que contribui para a falta de conexão da cidade com a mata do
Choupal; sob o elevado, no trecho sobre o Rio Mondego, há uma barragem que
represa o rio na sua parte urbana;
• a linha ferroviária
intermunicipal que liga o norte ao sul de Portugal e que, como o elevado,
contribui para isolar a mata do Choupal da cidade;
• a estação ferroviária
intermunicipal de Coimbra (Coimbra B), já no início da periferia da
cidade, que constitui uma interrupção da malha urbana, aumentando a falta de
conexão dos novos bairros ali desenvolvidos entre si e com a cidade, assim como
com a mata do Choupal;
• estacionamentos sob o elevado, de
veículos de pessoas que moram na região metropolitana de Coimbra e trabalham na
cidade histórica e que contribuem para que as áreas destes viadutos tenham
menos usos urbanos;
• estação de ônibus intermunicipal e
metropolitana.
Essas infraestruturas apresentam uma escala pouco compatível com a escala da Coimbra antiga e, com a instalação do novo sistema do metrô leve, há um plano da cidade de reorganizar todos os modos de transporte em uma nova estação intermodal, que ainda será projetada.
Vista panorâmica de Coimbra
e do Rio Mondego represado até a barragem existente sob o elevado da via
expressa metropolitana, ao fundo a esquerda, que separa a cidade da mata do
Choupal, depois deste.
Vista da área: o elevado da via expressa metropolitana, sob o qual está
a barragem que represa o Rio Mondego no seu trecho urbano; e o início do
Choupal, nas margens do Mondego a jusante da barragem.
Uma
estação intermodal é um nó de articulação de diversos meios de transporte,
velocidades e escalas, local de coordenação de viagens provenientes tanto de
áreas adjacentes quanto distantes. A companhia do metrô leve utilizará as
margens do Mondego, planas e contínuas, para a implantação da linha,
revalorizando os antigos trilhos existentes. Nesta organização, o
desenvolvimento da cidade condicionou-se à configuração da bacia hidrográfica.
A
compreensão dos rios e de Coimbra como uma unidade territorial indissociável de
uma geografia construída destaca o Rio Mondego como a principal estrutura da
cidade, da sua urbanização passada e potencialmente do seu desenvolvimento
futuro.
Assim, a
margem esquerda, a oeste, apresenta-se como uma área privilegiada para a
expansão urbana e alternativa à atual expansão suburbana extensiva. Sua
proximidade em relação ao tecido histórico e sua qualidade ambiental, em função
do contato com o rio, tornam suas áreas pouco ocupadas atraentes para a uma
urbanização mais densa.
Desse
modo, a implantação da futura estação intermodal, como estrutura que valoriza o
território, deveria ser pautada pela promoção de transformações que
equivalessem as duas margens, na justa medida.
A
travessia sobre o rio implica a passagem do trem em cota aérea. Assim, foi
adotada a elevação da linha ferroviária em todo o seu trecho urbano, associada
ao elevado viário, livrando as cotas baixas para a passagem dos demais sistemas
de transporte de abrangência urbana e permitindo a extensão do tecido da cidade
até a mata do Choupal. A estação existente seria desativada, dando lugar a uma
nova urbanização.
Para
minimizar o impacto do elevado viário foi proposto o redimensionamento de seus
viadutos, substituindo alças por um sistema de praças rotatórias de ligação das
vias expressas com as vias urbanas arteriais, junto a cada cabeça da nova
estação. O novo elevado dos trilhos foi desenhado como duas estruturas
separadas para cada uma das vias, a fim de que sua sombra fosse diluída. Suas
vigas foram invertidas nas laterais para que estas aumentassem a altura livre
abaixo e para constituírem barreiras acústicas frente ao barulho dos truques
dos trens. Sua cobertura é em estrutura metálica e uma “casca” de policarbonato
permitindo iluminação natural durante todo o dia.
Sob os dois elevados
associados, alinhados num só conjunto, foi proposto o desenvolvimento de um
jardim, à semelhança do tratamento já dado à parte dos baixios do elevado
viário. Um espaço público livre claramente configurado e separado do espaço
construído por duas avenidas do sistema arterial urbano.
Programa
• Setor
comercial contém lojas variadas no estacionamento e um cais com lojas e bares á
beira do Rio Mondego.
• O
setor de serviços tem estacionamento, um mezanino onde funciona a sala de
operações dos trens, sala de administração, um centro de convenções ligado a
Universidade de Coimbrae um grande passeio público.
• O setor
de transporte conta com plataformas, metrô leve, trens intermunicipais, ônibus
intermunicipais e vias locais que se ligam ao terminal por um elevado
Implantação
Plantas com Áreas Servidas e Serventes
Circulação - Fluxos
Identificação de Principais Pontos e Estruturas
Maquete Física
Maquete Eletrônica
FONTE
http://www.mmbb.com.br/projects/details/16/4
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